REGINALDO LEITE

#22 – GP de Abu Dhabi – A despedida de 2023

Reginaldo Baleia Leite
Reginaldo Leite
Publicado em 01/12/2023 às 19:39
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Verstappen comemorando em Abu Dhabi (Foto/Reprodução)

Verstappen comemorando em Abu Dhabi (Foto/Reprodução)

Após a bandeirada final do GP de Abu Dhabi, iniciamos um longo jejum de noventa e sete dias sem a categoria rainha do automobilismo mundial. Algo doloroso para aqueles que amam essa categoria. Paralelamente, os profissionais da mídia e imprensa especializada praticamente não descansam e são especialistas em nos fornecer notícias e boatos infundados e/ou sensacionalistas nesses noventa e tantos dias de recesso.

Moçada. O primeiro treino de sexta-feira (TL1) ficou reservado para que os pilotos reservas da categoria pudessem treinar com os carros de suas equipes. Cada equipe cedeu um dos dois carros para seus reservas. E o nosso Felipe Drugovich fez bonito ao conseguir o segundo tempo deste treino, à frente de muitos pilotos de ponta: Sainz Jr, Piastri, Gasly e Ricciardo. Na equipe Red Bull, os dois carros foram cedidos aos seus pupilos Jake Dennis e Izack Hadjar.

Anormal. No entanto, no TL1, Sainz Jr. fechou em sétimo, enquanto o reserva da equipe, Robert Shwartzman, conseguiu o oitavo tempo, com um desempenho muito próximo ao do piloto hispânico. Começou aí o estranho desempenho do final de semana do carro 55 da equipe vermelha.

Anormal II. A tarde, no segundo treino, Sainz Jr. perdeu seu carro numa depressão da pista e acabou grudado nas barreiras de proteção, interrompendo o treino. Na classificação, não conseguiu disputar as duas fases finais, ficando apenas na décima sexta posição, enquanto seu companheiro de equipe conseguiu um lugar na primeira fila com a segunda posição. Algo nada comum se não fosse na equipe italiana.

Ameaças. Na largada, os seis primeiros foram: Max (pole), Leclerc, Piastri, Russell, Norris e a grande surpresa, Yuki Tsunoda com sua Alpha Tauri em sexto. Ao apagar das luzes, o pole partiu com tudo para fechar o caminho de Leclerc, porém este largou bem e não deu espaço para o holandês concluir a manobra, por já estar emparelhado com a Red Bull. Max espertamente voltou para o traçado limpo, não dando chances ao adversário.

Desfile. Alguns metros à frente, numa reta, Leclerc novamente emparelhou com Verstappen e novamente a Red Bull número um conseguiu se defender, e a partir daí tudo voltou ao normal de 2023. Com o piloto holandês, ao decorrer da etapa, conseguindo ampliar sua vantagem para os demais, além de conquistar o ponto da melhor volta e finalmente conquistar a última vitória da temporada.

Outros. O monegasco do carro 16 terminou oficialmente no segundo posto e também não teve sua posição ameaçada em nenhum momento da corrida. Russell finalizou na P3, chegou a perder sua posição para Norris no início. Porém, recuperou na troca de pneus, depois dos dois adentrarem juntos no Box e os mecânicos da McLaren terem dificuldades com a troca de uma roda traseira, complicando o trabalho do piloto da McLaren número cinco.

Perez largou de nono e finalizaria em terceiro, porém sofreu uma penalização de cinco segundos por tocar em Norris numa disputa de posição já no terço final da etapa. Norris fechou os cinco melhores. Lewis finalizou em nono depois de largar do décimo primeiro lugar. Estes dois pontos do nono posto ajudaram e muito a Mercedes a alcançar o vice dos construtores. Já o outro carro vermelho, que poderia ajudar sua equipe na luta pelo vice, nem terminou a etapa. Largou do fundo, não conseguiu progredir e ainda sofreu com uma estratégia infeliz de sua equipe que apostou num Safety Car que não aconteceu.

Visão periférica. Nos momentos finais, Leclerc acionou seu engenheiro para saber como estava a posição da equipe frente à Mercedes na disputa pelo vice dos construtores. Foi, então, informado da penalização dos cinco segundos de Tcheco e que este estava atrás dele na pista naquele momento e que finalizaria atrás de Russell com a penalização.

A partir daí, o monegasco teve a ideia de deixar Perez ultrapassá-lo e deixar o mexicano abrir e descontar os cinco segundos, derrubando Russell para o quarto posto e garantindo para a Ferrari o vice-campeonato. E assim foi feito. Porém, na bandeirada final, faltou um segundinho para tudo dar certo. Perez finalizou na quarta posição após a aplicação da penalização, com a equipe Ferrari não conquistando o vice-campeonato.

Doutores. A ideia foi ótima, porém demorou um pouco, muito pouco para executar essa brilhante ideia. Vale lembrar que tudo saiu de Leclerc enquanto pilotava e não dos estrategistas da equipe vermelha. Estrategistas estes que são pós-graduados e mestres em estragar a corrida de um ou outro dos seus pilotos.

Particularmente, não me agradou o que vi nesta temporada. Já que Max praticamente disputou a ponta sem ameaças desde a quinta etapa, com a exceção de Cingapura. Esportivamente foi péssimo. Por outro lado, temos que parabenizar a Red Bull e a Honda pelo excelente trabalho realizado. E também Max, que soube como ninguém se ajustar ao equipamento oferecido e, assim, obter números inimagináveis numa mesma temporada. Paralelamente, torço para que alguma, ou melhor, algumas das equipes, consigam se igualar aos taurinos na próxima temporada. E assim ver disputas.

Algumas das conquistas de Verstappen nesta temporada:

Maior porcentagem de vitórias: 86,36%, superando os 75% de Alberto Ascari em 1952.

Maior quantidade de Hat-Trick: Vitória, pole e melhor volta numa temporada – 12.

Maior porcentagem de numero de voltas na liderança, que era de Jim Clarck (72%) em 1963.

Maior número de vitórias na mesma temporada: 19, superando as 15 que ele mesmo alcançou em 2022.

Maior número de pódios: 21, superando os 18 que conseguiu em 2021.

Número de etapas liderando o mundial: 39 superando as 37 de Schumacher.

Maior número de vitórias consecutivas: 10, superando as 9 de Sebastian Vettel em 2013.

Maior número de pontos em uma temporada: 575, superando seus próprios 454 de 2022.

Maior número de pontos de vantagem em relação ao segundo colocado no campeonato de pilotos: 575 contra os 290 de Pérez. Somente com seus pontos, a Red Bull seria campeã.

Voltas lideradas: 1.003 de 1.325 possíveis, superando as 739 de 1.139 de Vettel em 2011.

Maior número de vitórias em uma temporada partindo da pole position: 12, superando os recordes anteriores de Nigel Mansell em 1992 e Vettel em 2011.

Maior número de vitórias em Sprint: 4, contra 3 dele mesmo em 2022.

Maior número de vitórias consecutivas em corridas a partir da pole position: 16, superando as 15 dele mesmo em 2022.

Total de provas terminadas em uma temporada: 22- 100%.

Maior número de pontos consecutivos: 1.004, superando os 998 de Lewis Hamilton entre o GP da Grã-Bretanha de 2018 e o GP do Bahrein de 2020.

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