REGINALDO LEITE

#20 - GP do Brasil – Garantido até 2030

Reginaldo Baleia Leite
Reginaldo Leite
Publicado em 10/11/2023 às 09:30
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O final da ótima disputa de Alonso e Perez foi definido na linha de chegada (Foto/Reprodução)

O final da ótima disputa de Alonso e Perez foi definido na linha de chegada (Foto/Reprodução)

O GP do Brasil, atualmente denominado GP da Cidade de São Paulo por razões não relacionadas ao esporte, novamente nos proporcionou um final de semana excelente, repleto de disputas emocionantes e resultados surpreendentes. Entretanto, quando se trata da disputa pela liderança, mais uma vez não houve concorrência para a dupla RB19/Verstappen, que dominou a corrida com vitória na corrida curta no sábado e na corrida principal no domingo.

*Max Verstappen conquistou até agora 52 vitórias no total, sendo 17 em uma única temporada. Além disso, quebrou um recorde que perdurava desde 1952 quando Alberto Ascari, da Ferrari, venceu 75% das etapas. Ao vencer em Interlagos, Max alcançou um impressionante percentual de 77%. Lembrando que ainda teremos duas etapas, Las Vegas e Abu Dhabi.

Como sempre, tudo começou na sexta-feira e, como esta etapa hospedou a última corrida Sprint do ano, a sexta-feira foi um dia fundamental para as equipes. Pois o que seria o segundo treino passa a ser a classificação para a corrida principal. Na verdade, muitas equipes ainda reclamam desse formato por não terem tempo de se preparar com apenas um treino.

Assustador. O clima sempre foi um atenuante neste circuito, isso desde quando as etapas eram realizadas no início do ano. O qualifying se desenrolava normalmente e com algumas surpresas nas posições. Na última fase da classificação, todas as equipes esperavam a chuva. Max e Leclerc saíram no início e se deram bem ao assinalarem os melhores tempos. Porém, esses tempos foram inferiores aos realizados nas seções anteriores da classificação. De repente, o dia virou noite e a chuva se fez presente acompanhada de ventos fortíssimos. E final de treino. A região sul de São Paulo ficou sem energia até terça-feira, 07/11.

*Tanto o holandês quanto o monegasco se declararam surpresos com suas posições, já que não tinham a aderência de antes quando realizavam suas voltas rápidas. Aqueles que saíram atrás deles sofreram um pouco mais e não realizaram bons tempos. O grid para domingo foi: Max, Leclerc, Stroll, Alonso, Lewis, Norris, Sainz Jr., Russell, Perez e Piastri. A surpresa maior foi uma segunda fila toda verde com as Aston Martin e ainda com Stroll à frente de Alonso.

Mudanças. O grid para a corrida curta foi definido no sábado, onde o TL3 seria realizado com um tempo favorável. As surpresas estavam presentes novamente. Norris, que na classificação para domingo fez a sexta posição, assinalou a pole. Max ficou em segundo. Enquanto, desta feita, Leclerc assinalou apenas a sétima posição. Perez na terceira posição, seguido de Russell e Lewis. Um surpreendente Tsunoda em sexto. Essa reviravolta em grande parte aconteceu porque algumas equipes pouparam pneus para a corrida principal.

Sprint. Max largou melhor e tomou a ponta de Norris; e assim vimos o já velho enredo desta temporada, vitória da dupla RB19/Max. Como sempre, a turma do meio e final do grid deu o show com boas disputas. No fim, vimos Max ganhar, seguido de Norris e Perez. Russell, Leclerc e Tsunoda formaram os seis primeiros colocados. Uma boa atuação de Tsunoda com a Alfa Tauri, que não fez uma classificação decente na sexta-feira.

Sozinho. No domingo, as surpresas começaram já na volta de formação, onde Leclerc escapou da pista e acabou nas barreiras de proteção no miolo (Laranjinha). Verstappen se viu sozinho na primeira fila para a largada e mandou ver, assumindo a ponta sem resistência dos demais. Ainda na reta nos momentos iniciais, vimos um strike de uma Williams e duas Haas.

Baixas. A corrida mal começou e, de cara, a Ferrari 16, mais uma Haas (Magnussen) e uma Williams (Albon) ficaram de fora. Albon bateu com Hulkenberg e na sequência atingiu Magnussen. Ricciardo e Piastri acabaram como vítimas desse acidente na largada ao terem colidido e/ou sido atingidos por restos e destroços dos carros envolvidos no strike. E só voltaram à competição devido à bandeira vermelha acionada após o entrevero, que interrompeu a disputa no início. Tanto Piastri quanto Ricciardo voltaram à corrida quando reiniciada com uma volta atrás dos demais e sem chances de marcar pontos.

*Ainda na sequência dos momentos iniciais, os "verdinhos", que eram donos da segunda fila, foram facilmente superados por Norris, que largou de sexto, e Lewis, que havia largado do quinto posto. A bandeira vermelha foi acionada na segunda volta.

Começando. A relargada foi feita com os carros parados. Max largou e abriu de Norris, já Lewis perdeu a posição para Alonso na freada da reta oposta. Após um início conturbado, a corrida se desenvolveu sem grandes incidentes até a bandeira final e com ótimas disputas entre os pilotos que sobreviveram até o final. Bottas, Zhou e Russell não completaram a etapa. Ao todo, seis carros não finalizaram, um índice alto.

Volta oito. Após seis voltas do reinício da corrida, Norris conseguiu diminuir um déficit de dois segundos que tinha para Max e tentou pegar a ponta. Porém, sem sucesso. Pelo menos tentou e com total apoio da torcida. A torcida maior não foi para o piloto dominador da temporada. Apesar de o holandês ter laços fortes com o Brasil, sua esposa e familiares, muitos não digerem o domínio deste. Por questões esportivas e até políticas.

Raramente. As corridas no Brasil normalmente são emocionantes, com disputas surpreendentes e raramente tivemos etapas monótonas. Desta vez não foi diferente, com disputas intensas e um final eletrizante entre Alonso e Perez.

Lando Norris largou em sexto para finalizar no segundo posto, teve uma largada excelente e ainda foi o único que conseguiu esboçar uma manobra de ameaça a Verstappen. Uma ótima corrida. Foi eleito o piloto do dia.

Sergio Perez largou em nono e, aos poucos, conseguiu superar seus oponentes, realizando boas ultrapassagens e bons duelos. Progrediu até se deparar com Alonso, já na metade da corrida. Foi bem em relação aos últimos resultados. Finalizou no quarto posto.

Stroll e sua Aston Martin foram a maior surpresa da classificação, ao conquistar o terceiro posto. Ao final, conseguiu a quinta posição, mesmo depois de realizar uma péssima largada. No geral, foi melhor que sua média desta temporada.

Sainz Jr. largou na sétima posição e finalizou em sexto. Se considerarmos as deficiências técnicas enfrentadas durante a corrida, como embreagem, ele ainda realizou um trabalho decente. O hispânico lamentou a chance perdida num final de semana ruim da Mercedes.

Gasly. O francês voltou a atuar bem, depois de se classificar apenas na décima quinta posição, realizou boas manobras contra os adversários, finalizando no sétimo posto.

Tsunoda. A voz ácida dos rádios da F1 largou atrás de Gasly, ou seja, décimo sexto, e finalizou no nono posto, depois de muitas disputas inusitadas de sua parte, como sempre. Foi um ótimo final de semana, considerando sua posição de largada e ainda seu resultado da Sprint (sexta posição).

Hamilton realizou uma ótima largada no início e saltou do quinto posto para terceiro. Na segunda largada, viu seu mundo desabar para tristeza da grande torcida. Finalizou em oitavo lugar. A Mercedes viveu um final de semana ruim, já que Russell abandonou. Russell, antes de abandonar, nos proporcionou uma boa disputa com Perez. A sorte dos germânicos foi o final de semana ruim da Ferrari. A diferença mundial de construtores agora é de vinte pontos a favor da equipe alemã. Muito difícil de ser superada nas duas etapas restantes.

Alonso e Perez foram os protagonistas de um final eletrizante, daqueles definidos no foto finish. A dupla passou praticamente a metade da corrida se enfrentando. No fim, prevaleceu a astúcia do hispânico, que contou com uma pequena ajuda involuntária do mexicano.

"Penso que foram umas trinta voltas na disputa com o Perez, até que ele me pressionou. Quando ele me ultrapassou, pensei que era o fim do pódio, depois vi que ele freou muito tarde na curva um, S do Senna. Aí percebi na hora que poderia ter uma chance na Curva quatro" (Final da reta oposta), declarou Alonso.

Esse foi o oitavo pódio do hispânico na temporada. A Aston Martin começou o ano como a segunda força do grid. Porém, ao longo do ano, os rivais evoluíram enquanto a equipe se perdeu no desenvolvimento. Aparentemente estão se achando novamente. O assoalho usado no Brasil foi uma mistura do antigo com a última atualização. Uma mistura bem-sucedida.

*A melhor notícia do final de semana é que nosso grande prêmio está garantido até o ano de 2030.

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