REGINALDO LEITE

#17 - GP do Catar - Max é tri com temperatura máxima

Reginaldo Baleia Leite
Reginaldo Leite
Publicado em 13/10/2023 às 09:37
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O formato das zebras destruidoras de pneus (Foto/Ilustrativa)

O formato das zebras destruidoras de pneus (Foto/Ilustrativa)

O circuito de Losail foi inaugurado em 2004 para provas do campeonato mundial de motos. Após quatro edições disputadas, os organizadores se viram obrigados a mudar o horário da etapa para o período noturno devido às condições climáticas. Isso amenizaria o desgaste dos equipamentos e dos pilotos, já que as reclamações eram gerais, sem contar a quantidade de areia que normalmente se acumula nesse traçado. Após vultosos investimentos, realizou-se a primeira prova noturna da categoria.

Devido à grande repercussão dessa prova noturna no mundial de motos, Bernie Ecclestone, o mandachuva da época na F1, não quis ficar para trás e conseguiu viabilizar o GP de Singapura meses depois. Logicamente, nos dois casos, o projeto foi iniciado em 2007. A F1 só chegou ao Catar em 2021, ficou fora em 2022 e voltou agora após uma grande reforma.

Alerta. Após o treino e classificação na sexta-feira, o fornecedor de pneus da categoria emitiu um alerta sobre pequenas rachaduras nos pneus utilizados no primeiro dia de trabalhos. Por ser um circuito com várias curvas de alta, assim como Silverstone e Suzuka, sempre castiga os pneus. Por isso, os pneus utilizados são da gama de maior resistência: C1, C2 e C3.

No entanto, após a reforma realizada recentemente, o formato das zebras das curvas 12 e 13 estaria deteriorando prematuramente os pneus. Assim, a FIA emitiu um comunicado, em conjunto com a Pirelli, anunciando uma série de restrições ao uso de pneus e a alteração de limites de pista nessas curvas, diminuindo em 80 cm o limite de pista, diminuindo assim a área de uso destas, como medida preventiva, tudo em prol da segurança, disseram. Zebras, pneus, calor e ritmo intenso foram os assuntos dominantes desta etapa.

Limite. A corrida curta seria como um laboratório para a Pirelli analisar novamente o desgaste dos pneus. No entanto, a corrida teve três Safety Cars, o que inviabilizou esse estudo ou análise. Foi decretado que todos os pilotos deveriam utilizar seus pneus por apenas 18 voltas, seja qual for o composto – duros, médios ou macios. Isso caiu como um tsunami para os estrategistas das equipes.

Além disso, os pilotos tiveram que andar com o pé no fundo em todos os stints desses pneus, em um clima hostil para todos. Ao final da etapa, todos os pilotos estavam exaustos. Alguns até abandonaram, um deles devido à vertigem, um piloto vomitou durante a etapa e outros foram conduzidos diretamente para o centro médico local.

Sprint. A corrida curta foi bem movimentada e com ótimas disputas, contando com a presença de três Safety Cars. Na classificação desta corrida, vimos uma primeira fila ocupada pelos carros da McLaren, algo inédito nesta temporada. Max ficou em P3, seguido de Russell, Sainz Jr. e Leclerc. As últimas cinco voltas foram emocionantes, com várias ultrapassagens.

Russell e a dupla da Ferrari largaram com pneus macios e se deram bem no início, mas, ao decorrer da curta etapa, tornaram-se alvos fáceis para os que estavam calçados com os pneus médios. No final, Piastri venceu, com Max em segundo, e Norris completou o pódio. Com esse resultado, Max foi declarado campeão de 2023, tricampeão com apenas 25 anos.

Domingo. Ninguém sabia o que esperar de uma corrida com três paradas obrigatórias em um clima de muito calor e umidade intensa. A maioria previa que Verstappen, largando da pole, certamente seria o vencedor, e assim a lógica prevaleceu. Max venceu mais uma, ampliando seus recordes.

Piastri, que largou em sexto, foi o segundo após receber a segunda posição de presente devido ao enrosco das Mercedes na primeira curva, onde outros pilotos à sua frente também foram atrapalhados. Norris foi o terceiro, depois de largar em décimo, fazendo uma ótima recuperação na prova. No entanto, ele não disputou o segundo lugar por ordem de sua equipe, sendo obrigado a abdicar da posição, apesar de estar em melhores condições. Nojentas essas ordens de equipe.

Andou muito. Russell, após o acidente com Lewis no início, fez uma notável recuperação e terminou em quarto lugar. Fica a incógnita: como seria a corrida dos alemães sem esse acidente? Pela lógica, ele terminaria no mínimo uma posição à frente.

Vermelhos. A Ferrari novamente ficou no vermelho. Sainz Jr. não pôde participar da etapa devido a um grande vazamento de combustível detectado de última hora. Como é proibido reabastecer, o hispânico se viu alijado da competição. A batida dos carros alemães no início teria sido uma boa chance de descontar pontos da equipe alemã no campeonato de construtores. No entanto, a performance de Russell não permitiu que esse sonho se concretizasse. Leclerc terminou uma posição atrás de seu rival, em P5.

Míssil. Alonso largou na P4 e foi um dos que se prejudicaram com o enrosco das Mercedes. Finalizou em sexto e foi protagonista de um lance ousado ao voltar para a pista muito veloz depois de errar uma curva. Sorte que não sofreu penalização, apesar da gravidade do acontecido. Mais uma para a conta dos incríveis senhores daquela sala cheia de monitores.

Perez. O mexicano começou a temporada muito bem, mas após o GP de Miami, onde largou na frente e se viu superado pelo companheiro de equipe que havia largado em nono, as apresentações do número dois dos taurinos nunca foram boas. Nesta etapa, foi alvo de muito azar e punições. A situação dele vai se complicando corrida a corrida. Perez tem contrato assinado até 2024 na equipe taurina. Porém, isso não quer dizer muito. Principalmente em se tratando da Red Bull. Acelera, Checo.

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