Você já ouviu falar da “síndrome do coitadinho”? Pois é... Quanta gente nesta situação de autopiedade, de negativismo e revolta. O mais lamentável é que o “coitadinho”, em sua posição de vítima
Você já ouviu falar da “síndrome do coitadinho”? Pois é... Quanta gente nesta situação de autopiedade, de negativismo e revolta. O mais lamentável é que o “coitadinho”, em sua posição de vítima do mundo, acaba por se tornar vítima de si mesmo, vítima de sua impaciência e perfeccionismo.
Há pessoas que não conseguem conviver com as próprias limitações e com as incapacidades daqueles que as rodeiam. São cobradoras em excesso e tendem a culpar o mundo pelos seus fracassos, arrumando pretextos, justificativas para não assumir o leme de suas próprias vidas. Fazem questão de se autodepreciar diante de outras pessoas – “Eu não faço nada direito...”, “Eu só dou trabalho para vocês...”, “Minha vida está um caos...”, “Ninguém me entende...”, “Eu sou um azarado...”, etc. – numa forma inconsciente de culpar os outros pela sua infelicidade.
A vítima é aquela pessoa que, por meio de chantagens emocionais bem sutis, coloca todos à sua volta compadecidos do seu sofrimento, buscando consolo e atenção. Ela se compraz tanto com a situação de pesar que, muitas vezes, compete com os outros para ver quem tem mais problemas e desilusões. E, neste processo, naturalmente, a sua vida vai ficando cada vez pior, mais caótica. Como não enxerga seu próprio potencial e vive com revolta, o “coitadinho” desenvolve a inveja dos bem-sucedidos, distanciando-se cada vez mais das suas realizações. Ele se sente incapaz de aceitar mudar e reagir – “Eu nasci assim, vou morrer assim!”.
O mais triste é que o “coitadinho”, com o seu pessimismo, suga tanto as energias de quem lhe dá atenção, que, em pouco tempo, acaba sozinho e deprimido, porque é inviável e nada saudável conviver com quem não se valoriza e não assume seus erros, suas escolhas e seus caminhos.
A única forma de a vítima sair do fundo desse poço de emoções doentias é perdoar-se pelas suas limitações e escolher aprender com as suas dores e crises, colocando-se no comando de sua própria existência.
É preciso encontrar um sentido para viver, uma automotivação para mudar e um incentivo, vindo de dentro de si, para ser feliz e proporcionar aos outros uma presença leve, alegre e bem-humorada.
(*) palestrante; apresentadora de TV e rádio e autora de livros motivacionais