Postes no meio do caminho causam indignação em pedestres e ciclistas em Uberaba

Fotos/Leitores JM

Trecho da Padre Zeferino entre a avenida Dr. Fidélis Reis e a rua João Pinheiro faz com que os pedestres desafiem a sorte, disputando caminho com os carros; já na avenida Pedro Lucas, são os ciclistas que enfrentam o perigo com a sinalização irregular

No meio do caminho há um poste. A situação se repete não em um nem em dois pontos em Uberaba. Em verdade, essa é uma realidade em diferentes trechos na cidade e, em alguns deles, os uberabenses se cansaram de ficarem indignados e já começaram até mesmo a rir da situação.

É o caso da ciclovia na avenida Pedro Lucas, no bairro Jardim Espírito Santo, onde a mão de direção para quem está no pedal é interrompida por um poste. Seria cômico se não fosse perigoso, até porque por lá também havia pregos usados na pré-marcação da sinalização da ciclovia, feita fora dos padrões adequados. A situação foi denunciada também à Prefeitura de Uberaba.

Em nota, a assessoria de comunicação informou que a empresa Transvias Construções e Terraplanagem LTDA foi notificada nesta quarta-feira (15) para a adequação da ciclovia. “Toda e qualquer intervenção em via pública que tenha qualquer tipo de reflexo no trânsito deve ser comunicada com antecedência à Secretaria de Defesa Social, para analisarmos se o procedimento está correto à luz de legislação, sobretudo àquela que se refere à questão de segurança”, explica o secretário de Defesa Social, Wellington Cardoso.

Ainda de acordo com a assessoria de imprensa da PMU, o processo, referente ao contrato 211/2019, deve ser executado com linha de nylon e pré-marcado com tinta em pontos desse alinhamento, após o qual deverá ser pintada a faixa de divisão de fluxo. De acordo com o secretário de Serviços Urbanos e Obras (Sesurb), Antônio Sebastião de Oliveira (Toninho), a obra ainda não foi concluída e já foi alinhada junto à Cemig a retirada dos postes da via. A previsão é que a retirada aconteça em dez dias. Sem passagem

Se na avenida Pedro Lucas os ciclistas disputam lugar com os postes, na rua Padre Zeferino são os pedestres que ampliam a disputa e concorrem com os veículos se quiserem andar no trecho entre a avenida Doutor Fidélis Reis e a rua João Pinheiro.

Além de postes de iluminação pública no meio do caminho, as estreitíssimas calçadas no trecho dificultam a caminhada. Leitor do Jornal da Manhã revela sua indignação sobre o caso, que é tão antigo quanto ignorado pelo poder público, segundo sua avaliação. “Passo por lá com frequência para visitar minha avó, que mora perto da igreja Santa Terezinha, e é um perigo danado, porque não dá para andar pelo passeio e muitos motoristas sem noção viram à esquerda da Fidélis Reis na maior velocidade para ‘aproveitarem o sinal’. Aí se estiver driblando o poste, que ocupa a faixa toda da calçada onde está, pela rua acaba podendo ser atingido por um desses malucos atrás da direção. Não pode! E o problema existe há tanto tempo... Não é possível que nenhum prefeito, secretário ou vereador nunca tenha tido a experiência de andar por ali!”, desabafa o morador, que preferiu manter sua identidade em sigilo. O leitor do JM ainda lembra que até bem pouco tempo atrás a Cemig tinha uma subestação enorme vizinha ao problema.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Uberaba e com a Cemig. Em nota, a Secretaria de Planejamento informou que o trecho na Padre Zeferino tem cabeamento subterrâneo e somente a companhia energética pode solucionar o problema. Pedido para a readequação já foi feito à Cemig, segundo a PMU. Com relação à calçada extremamente estreita, a administração disse que "para alargamento do calçamento é necessário um estudo de viabilidade técnica, pois a referida rua é rota de ligação entre bairros, com movimento considerável de trânsito. Avaliar se diminui a via, ou se retira estacionamento, para poder alargar ou não". No referido trecho, no entanto já não é permitido estacionar. A PMU não confirmou se esse estudo de viabilidade técnica está sendo realizado ou não. 

A assessoria de imprensa da Cemig informou que o órgão tem conhecimento da situação e aguarda a formalização dos pedidos para análise. A obra será executada por empreiteira contratada pelo município, cabendo à Cemig a análise do projeto para verificar sua aderência às normas técnicas. Quanto ao prazo necessário para a adequação dos postes, a assessoria da Cemig explica que "depende da formalização do pedido, mas em até 30 dias é analisado, desde que esteja tudo correto". Por fim, ressalta-se que essa formalização somente pode ser feita pela prefeitura ou pela empreiteira por ela contratada.