Pesquisa aponta que apenas 3,3% dos estudantes brasileiros de 15 anos querem ser professores
Divulgação/UFTM
Professor Wagner Roberto Batista, pró-reitor de Ensino da UFTM, diz que o baixo número de interessados pelos cursos de licenciatura é sentido na instituição
Pesquisa aponta que apenas 3,3% dos estudantes brasileiros de 15 anos querem ser professores. O levantamento foi feito pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), com base nos dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2015.
Ontem foi celebrado o Dia do Professor e o resultado do levantamento do Iede realmente chama a atenção, diante do desinteresse de estudantes em se tornarem mestres. Na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) também é possível perceber essa realidade, levando em consideração a quantidade de chamadas do processo de seleção por meio do Enem para completar as vagas disponíveis nos cursos de licenciatura.
“Na universidade vivenciamos uma baixa procura, conseguimos, com muito custo, preencher as vagas que oferecemos nos cursos de licenciatura, chegamos até a nona chamada pelo Sisu. A procura não é tão intensa quando comparada com outros cursos, o curso de bacharelado, por exemplo”, explica o pró-reitor de Ensino da UFTM, professor Wagner Roberto Batista.
De acordo com o professor, essa redução na procura para um curso de formação de professor é uma questão cultural. “Dada a crise nas próprias escolas em que os alunos vivenciam, como na infraestrutura dos estabelecimentos, como carteiras ruins, salas de aulas inadequadas, turmas com um número grande alunos, falta de laboratórios, entre outras situações, isso faz com que fiquem desestimulados. Além da mudança de valores. Antigamente o professor era um profissional muito respeitado. E, ainda, a questão econômica, relacionada ao piso nacional do magistério. Enfim, a ausência de valorização, de reconhecimento profissional e até mesmo sobre a sociedade, quanto à importância do professor e da educação para o país”, revela.