A venda de teste para detecção do vírus HIV foi autorizada no dia 20 deste mês pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
A venda de teste para detecção do vírus HIV foi autorizada no dia 20 deste mês pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O modelo aprovado é parecido com os testes comercializados nas farmácias e drogarias para detectar a gravidez. A pessoa pode fazer o teste sozinha, em casa. Além disso, a nova medida aceita que fabricantes de testes solicitem registro para a venda dos produtos no Brasil, o que não era permitido até então.
A nova norma foi comemorada pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Químicas e Farmacêuticas de Uberaba e Região (Stiquifar), Maria das Graças Carriconde, que destacou, porém, a importância de já ter sido aprovada em outra época. “Acho que estão fazendo isso tardiamente. No passado, fomos modelo no tratamento gratuito. Por isso, acredito que [a decisão] já poderia ter sido tomada há muito mais tempo, até para facilitar, assim como no caso de medicamentos para diabetes e hipertensão. Todas são prioridades e fazem parte da saúde pública”, avaliou.
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde indicam que 20% das pessoas que vivem com HIV e Aids no Brasil ainda não receberam o diagnóstico. Existem inúmeros impasses quando o assunto é a liberação do autoteste. Nesse sentido, destaca-se o resultado falso-positivo ou falso-negativo, que causaria danos aos possíveis portadores.
Maria das Graças acredita que é preciso cobrar o investimento no autoteste por parte das empresas locais. “Se não houver unidade do movimento sindical para cobrar, a situação vai ficar inócua. Mas cabe a nós, da sociedade, enquanto organizações sociais, sindicais e associações, cobrar. Medidas como esta são para dar qualidade de vida, preservar e alongar vidas para os possíveis contaminados. Existe uma incidência grande e divulgação atual bem menor do que no passado e a exposição está grandiosa”, afirma a sindicalista.
Estratégias. Segundo a presidente, será necessário verificar os mecanismos da medida para só então conseguir cobrar das empresas um posicionamento. “Temos instrumentos coletivos que a gente negocia e temos demandas que fazemos de forma individualizada. Como é uma medida que está surgindo agora, possivelmente iremos criar uma estratégia de cobrança direta para tentar fazer com que elas cumpram isso”, finaliza.