“Nós não precisamos de muita coisa. Só precisamos uns dos outros... e de sonhos!”, cita Oscar Wilde (1854 – 1900), escritor e dramaturgo irlandês. Ouso me apoderar deste pensamento e deduzir que apoio e motivação são requisitos à felicidade!
Diante deste contexto, lembro-me do filme “Paixões Paralelas”, no qual Demi Moore interpreta duas personas de uma mesma personagem. A princípio, as cenas dividem a atenção do espectador entre dois mundos paralelos, o que o leva, ilusoriamente, a caminhar pela dúvida: qual o real? O mundo da vida ao calor do sol, da vigília; ou dos sonhos, ao sabor da noite? Ao final, entrelaçam-se em única vida, partida pela teimosia do ser humano em trazer memórias queridas para o momento presente.
Este filme mostra a surpreendente estratégia do inconsciente para mostrar sua existência e apego ao que lhe agrada. Percursos de uma alma, na existência atual, sobrepõem-se em diferentes momentos. Ou seja, o indivíduo, a todo instante, é influenciado por suas visitas às paisagens que já se extinguiram, por meio das lembranças. O olhar fica preso ao tempo da felicidade e se nega, em parte, a viver o presente!
O que fazer diante desta situação? Desapegar! Respirar profundamente; soltar mágoa, revolta e tristeza para o Universo!
A princípio, ir ao encontro desta atitude pode parecer impossível, todavia, cultivada junto ao “sal” (Mateus 5: 13) que dá sabor e cura e aliada à paciência, no saber esperar, abre-se o canal para o encontro do que se deseja: a bem-aventurança! Desfaz-se o “homem velho” para viver as novidades que trazem bem-estar à alma, como escreve Paulo (Efésios 4:22-23) “... vos renoveis no espírito do vosso entendimento...”.
Percebe-se que o sofrimento traz lágrimas, parte corações, bem como é cantado em versos bíblicos, em fábulas e prosas reais com finais felizes para os humanos que abençoam sua presença como oportunidade de crescimento e aprendizado. Sim, é possível vivenciar a felicidade, no agora, pela mudança do olhar em direção a ela!
Vania Fonseca
Bióloga e pedagoga
