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CAU – 60 anos enCantando Uberaba

Este é um ano muito importante para o Coral Artístico Uberabense, pois ele completa 60 anos

Olga Maria Frange de Oliveira
Publicado em 19/10/2018 às 20:54Atualizado em 17/12/2022 às 14:41
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Este é um ano muito importante para o Coral Artístico Uberabense, pois ele completa 60 anos de existência. Criado em 1958 pela inesquecível professora Odette Carvalho de Camargos, seu sucesso pode ser medido pela sua longevidade. D. Odette dedicou-se a ele com desvelo maternal e, desde o início, buscou desenvolver um trabalho de excelência. O coral tornou-se a menina de seus olhos! Muitos anos mais tarde, quando deixou de dar aulas de piano, por força da idade, aceitou o fato com resignação. Mas, deixar o Coral Artístico foi como se cortassem fundo em sua carne. Jamais me esquecerei da expressão de profunda tristeza que vi em seus olhos. Em 1994, assumi, com o seu aval, o cargo de regente do Coral, com a responsabilidade de dar continuidade a um trabalho de alto nível. 

Descobri que um coral é, antes de mais nada, uma união de vozes que se fundem homogeneamente em função do conjunto, num sentido perfeito de solidariedade humana. As harmonias sonoras revelam a emoção da arte musical, lembrando, mais do que nunca, o significado mais profundo dessa arte inatingível em sua imaterialidade. Temos a impressão de estarmos diante de um “Coro Celestial” e, portanto, mais próximos de Deus.

Em sua primeira fase, de 1958 a 1982, D. Odette realizava os ensaios aos sábados em sua casa, à rua Senador Pena nº 35, bem no meio do “morro da onça”. Sua casa, tão acolhedora, transformava-se em palco de animada reunião musical. Aliás, depois dos ensaios, havia sempre uma mesa carinhosamente preparada para um lanche apetitoso, com quitandas, suco, cafezinho e até pipoca quentinha. O ambiente era aconchegante e promovia a união dos cantores como uma grande família.

A primeira turma do CAU era composta por 32 cantores, sendo 22 mulheres e dez homens. Alguns deles figuram hoje nos anais da História da Música de Uberaba como músicos de reconhecido valor, com Irma Avelar (a mais bela voz que passou pelo coral), Arahilda Gomes (nome pioneiro na área do canto lírico em nossa cidade), Sarah Rodrigues Villaça (filha do maestro e compositor João Villaça Junior), Sonia Beatriz Schroeder (contralto excepcional), Maria Nilce Martinelli (2ª diretora do Instituto Musical Uberabense, substituindo D. Odette), Luis Alberto Miranda (excelente tenor e autor de peças para o coral).

Ao longo de sua trajetória, o Coral Artístico Uberabense vem colhendo louros e acumulando apresentações memoráveis.

Com verdadeira paixão pela música sacra, suas performances nessa área traduzem seus melhores momentos, com Missa em Si b Maior, do Pe. José Maurício Nunes Garcia (para coro e solistas com acompanhamento de órgão), gravação para a TV Universitária de Uberaba, feita no Museu de Arte Sacra; Paixão Segundo São Mateus, de Lobo de Mesquita (com coro, solistas, orquestra de câmara e atores, totalizando um elenco de 40 pessoas) – estreia mundial da obra na igreja de São Domingos, sob o patrocínio do Sesi; Missa em honra da “Beatíssimae Virginis Mariae”, do prof. Leonardo Smeele, holandês radicado em Uberaba (coro e órgão); Missa em Fá Maior, de Lobo de Mesquita (coro, solistas e orquestra de câmara), apresentada na comemoração dos 800 anos da Ordem Dominicana; Grande Concerto de Natal (grandioso espetáculo com o Coral Artístico Uberabense e a Transfônica Orckestra de Marcus Vianna, no Ginásio do Jockey Club de Uberaba).

Para assinalar 60 anos de realizações, o Coral Artístico Uberabense preparou belíssima Missa Solene, inteiramente cantada, com músicas selecionadas do melhor repertório sacro para coro, com acompanhamento ao órgão de Daiana Soraia Santos. Integram o programa musical: Missa completa “Te Deum Laudamus”, do compositor italiano Pe. Laurentius Perosi, e peças de Saint-Saens, J. S. Bach, Haendel, Mozart, Arcadelt e Cesar Franck. Os solistas, Cleide de Souza Fernandes e Henrique Nominato, serão responsáveis por momentos de profundo lirismo.

A Missa está marcada para este domingo, dia 21 de outubro, às 16 horas, na idílica Capela do Mosteiro Nossa senhora da Glória”, das irmãs Beneditinas. Um encontro com o sagrado, em plena primavera, numa bucólica tarde de domingo.

As músicas escolhidas são orações sublimadas pelas harmonias concebidas pelos grandes gênios da arte musical, através da inspiração, que brota como fonte inesgotável das esferas celestiais. 

Um verdadeiro bálsamo para a alma e para o espírito! Não deixe de assistir! 

(*) Pianista, maestrina, regente do Coral Artístico Uberabense, pesquisadora da História da Música em Uberaba, ex-diretora-geral da Fundação Cultural de Uberaba

 

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