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Te amarei pela eternidade!

Ontem, talvez por ter comemorado o Dia dos Pais, ao acordar, durante os minutos que separo para agradecer a Deus por estar vivo

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 10/08/2015 às 10:45Atualizado em 16/12/2022 às 22:52
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 Te amarei pela eternidade!

Ontem, talvez por ter comemorado o Dia dos Pais, ao acordar, durante os minutos que separo para agradecer a Deus por estar vivo, passou um filme em minha mente sobre os conselhos e ensinamentos recebidos pelo meu querido e saudoso pai, que sempre falava que o mundo não se resume ao que parece ser.

Fui até a varanda, lugar preferido para fazer minhas reflexões e, por instantes, veio-me a imagem do meu eterno “Paizinho”, com seus cabelos brancos, seu sorriso amigo e a vontade de dizer da saudade de seus modos duros e necessários na criação de seus filhos, mas nunca distante de um coração sem tamanho.

Bateu aquela saudade sem fim ao relembrar vê-lo colocar na “eletrola” o disco de vinil, em volume bem alto, para tocar a “Guarânia da Saudade” de Carlos José, onde sua voz ecoava repetidas vezes a letra que ainda hoje eu guardo e sei de cor, fazendo que uma lágrima insista em cair dos meus olhos, quando ouvia: “Esta saudade que é de ti, me alucina... me desespera esta saudade... me tortura silenciosa a ausência tua. .... Quero que voltes, como volta a primavera e nos teus olhos tragas todos os encantos, que são teus. Quando voltares, não digas nada, vai entrando, que te esperando estarão também, todos que são teus... Não demores muito, não demores nada...venhas ligeirinho, sejas camarada”.

Vejo com clareza sua presença, com sua voz firme e pausada ensinando que se deve ler sempre. Com isto, aprendi a ler além do óbvio e tomei paixão pela leitura, fruto dos inúmeros livros com os quais me presenteou.

“Paizinho”... Sinto saudades do carinho que sempre dispensou à nossa família e à Mãezinha. O senhor nos ensinou a agir com presteza, dedicação, respeito e garra, dizendo sempre que “quem chega primeiro na fonte, bebe água limpa”; que devemos mirar mais alto nossos anseios, do que pensamos acertar.

Por um instante, parei e percebi que o senhor apenas partiu para um lugar distante onde deve ter uma cadeira de balanço, tipo cadeira do papai, para esperar que eu vá novamente sentar ao teu lado para ouvir seus ensinamentos, suas histórias de vida de menino da roça, do grande Promotor de Justiça e professor universitário que foi. Para mim, és ainda o meu “Paizinho” e sinto saudades de tudo que conversamos e nos mais de 58 anos que convivemos.

Sinto saudades de juntos, colher peras no pomar, em Aiuruoca; soltar pipas nas “Ingazeiras” de Botelhos; brincar de estilingue e com mamonas em Jacuí; de construir presépios de Natal... Sinto saudades da sua sabedoria e da sua experiência... Das suas anedotas, do seu sorriso!… Sinto falta de sua benção…

“Paizinho”... Obrigado por tudo, espero estar seguindo suas regras de conduta e sabedoria, pois no meu coração e na minha memória, o senhor apenas partiu antes de mim, para preparar um lugar melhor para conversarmos, deixando a saudade que estou sentindo agora, enquanto lembro daquele que carinhosamente chamo de “Paizinho”. Te amo hoje, te amei antes e te amarei pela eternidade!

Marco Antônio de Figueiredo – articulista e filho de um grande mestre

marcoantonio.jm@uol.com.br

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