ARTICULISTAS

O "Circo" e as Eleições

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 05/09/2022 às 19:56Atualizado em 18/12/2022 às 14:30
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Estamos a pouco mais de 20 dias das eleições e ressurgem as mesmas ladainhas de sempre nos discursos daqueles que se dizem preocupados com os problemas enfrentados pela população em geral.

São as mesmas caras e bocas de quatro anos atrás, quando não, com raríssimas exceções”, surgem novas facetas que querem fazer parte da elite financeira tupiniquim, pois, nestes quase setenta anos de vida, poucos realmente são comprometidos com suas promessas eleitorais.

Cada dia mais tenho provas de que, enquanto os sonhos nascem e se tonificam em uma liberdade total, indicando até onde podemos seguir, deixando de lado o medo de nossas reações, a realidade insiste em nos mostrar as máscaras estampadas nos sorrisos falsos, palavras decoradas de todos aqueles que, “talvez por inocência”, acham que tudo não passa de um sonho e vivem pensando que a vida poderia ser melhor...

Estes estampam a aflição pelo que não têm, insistindo em lutar sempre da mesma forma, mas falando em mudanças, chorando pelas lágrimas não derramadas, desenhando o desejo da ilusão de um mundo perfeito.

A verdade é que este grande “circo”, o espetáculo da vida, fica dividido em cenários mil, cabendo a cada um de nós escolher qual é o papel que exerceremos no picadeir ilusionista, malabarista, palhaço, trapezista ou simplesmente um dentre tantos espectadores que se amontoam nas arquibancadas da vida, olhando tudo que acontece, aplaudindo uns, vaiando outros, enquanto uma minoria se esforça para buscar um lugar no pódio da perseverança.

Com o tempo, nosso olhar fica mais atento, enquanto o mundo à nossa volta se torna um cenário laboratorial, fazendo com que enxerguemos melhor os ilusionistas, os palhaços, os trapezistas, os malabaristas, os mágicos, os anões, os engolidores de espadas, os lançadores de facas, os bilheteiros, os vigias, os que se julgam donos do circo, os cambistas, os pipoqueiros e demais figurantes que nada fazem além de volume.

No comportamento dos artistas do picadeiro com os quais convivemos diariamente sobressai o interesse individual e, às vezes, a consciência coletiva, pois vivemos uma inimaginável crise de valores, na qual impera o famoso “cada um por si e Deus por todos”, “ou um toma lá dá cá”, que podemos definir como “um verdadeiro circo de horrores”.

A verdade é que estamos obrigados a ver o tamanho do circo político, montado sobre as lonas de nossas vidas, cujo espetáculo só é apresentado em grande escala nos anos eleitorais, porque depois o cenário será exibido aos próprios “artistas” e aos seus “cupinchas”.

Marco Antônio de Figueiredo

Advogado e Articulista

 

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