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Karim Abud Mauad
Publicado em 01/09/2022 às 19:29Atualizado em 18/12/2022 às 14:23
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O final de agosto e o início deste setembro/2022 marcam de fato o pontapé das campanhas eleitorais. A começar pelos deferimentos e indeferimentos de postulações pela Justiça Eleitoral. Ainda pelo início da propaganda nos veículos de comunicação e, claro, pelos debates. Numa eleição crucial para o Brasil, a amostra no primeiro debate da Band é de estarrecer o mais credo dos seres dito humanos. O nível das falas, a profusão de números que impressionam, mas não se sustentam; as acusações de todos os lados, os destemperos e impropérios são de fazer qualquer um desanimar com o futuro que se avizinha.

Assisti ao todo, lamentando cada parte. Vi e ouvi tanta coisa, que fui da fome à bonança em um mesmo bloco. Insistem na polarização direita x esquerda, fala inclusive de um dos dois principais postulantes, mas, de fato, o que transpareceu foi que nem isto temos. A disputa é pura e simples de poder, pelo poder, para os meus no poder. Triste a sina desta nação tão próspera, cujo povo é engabelado e feito de ioiô, a cada 4 ou 2 anos. Nunca antes neste país se percebeu com tanta clareza o “Triste Fim de Policarpo Quaresma”.

O amor pela pátria não resiste a nenhum viés, seja ele cultural, produtivo ou político.

Nesta altura do processo, nervos acirrados, mentiras e meias verdades esparramadas aos borbotões, creio que quem de fato irá às urnas já definiu seus candidatos majoritários, podendo sobrar algum espaço nos proporcionais pela profusão de nomes e eventuais arranjos eleitoreiros.

Espero que o Dia da Independência seja de fato democrático e libertador no sentido amplo desta expressão.

O ódio proferido pelos postulantes não contribui em nada para o processo.

O uso maculado da fé, menos ainda. A separação do “nós” e “eles” inviabiliza qualquer nação e dificulta a governabilidade.

O jogo da escolha deveria ser sobre candidatos e propostas nas diversas áreas da nossa vida cotidiana, a saber, educação, saúde, economia, segurança pública, mobilidade e todas as formas de se alcançar pleno crescimento sustentável ao país e serviços dignos aos cidadãos. Até aqui muito do passado, nada do presente e pouco para o futuro.

Os dados macroeconômicos melhoram e precisam ser duradouros, e não apenas especulativos visando o pleito de 2/10/2022. As promessas vindas de todos os lados asseguram o paraíso. A pergunta é: os dados se sustentam e resistem aos prazos das campanhas políticas?

Estas colocações visam gerar reflexões para embasar nossa escolha consciente. Na teoria, a prática é outra. Nós nos esquecemos do ontem e votamos com o hoje e este é auxílio para as camadas mais carentes da população, redução nos combustíveis para a classe média, promessa de PIB alto e desemprego baixo. Os números são aparentemente bons, com bases e em relação a parâmetros questionáveis, inclusive sobre parâmetros. Vale aprofundar e entender, até para disseminar.

É hora de cautela e atenção. Votar é importante, sem dúvida, mas saber escolher será primordial.

Trazendo a análise para a cidade e região no que tange à proporcional, precisamos ter representantes que, de fato, desempenhem suas tarefas nos legislativos estadual e federal. O poder está concentrado nestas casas de leis. O orçamento federal passa pelo Congresso Nacional e Executivo sem Legislativo, gera o que temos vivenciado hoje em todos os níveis de poder.

Cuidado!

Os pontos estão postos, a escolha ainda é sua! Assim espero e desejo.

Karim Abud Mauad

 

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