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Aparências

Prezados leitores, estamos vivendo no mundo das relações humanas, não tão humanas

Karim Abud Mauad
Publicado em 30/03/2015 às 09:52Atualizado em 17/12/2022 às 00:47
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 Aparências

Prezados leitores, estamos vivendo no mundo das relações humanas, não tão humanas.A cada dia somos surpreendidos por notícias e mais notícias de seres humanos atentando contra seus pares das formas mais odiosas possíveis. São assassinatos, balas perdidas, recrutamentos de jovens para o terrorismo, enfim, várias são as formas de violência e assim como as drogas, não escolhem famílias, classes sociais, amigos, irmandades, sexo, raças, ou seja, as relações estão banalizadas.

Existe nitidamente uma tentativa de fazer parecer normal o que não é normal, ou não deveria ser normal. Estamos perdendo nossa capacidade de indignação, em todas as áreas. Nos acostumamos tanto com números e estatísticas, que hoje nem as questionamos mais e nos limitamos a criar rankings. Lamentavelmente, no quesito da convivência entre os seres vivos, o lugar do homem anda na rabeira da Arca de Noé. Espero que o Criador não se canse de nós. Neste aspecto, o privilégio não é local, regional ou nacional.

O Homem está em crise pelo mundo afora. Perdeu-se o mínimo cuidado pelo espaço e o limite do outro. A regra do direito de um terminar onde começa o direito do outro, está virando ficção, e espero rapidamente ver um filme concorrendo ao Oscar, narrando os tempos remotos da Civilização Humana em sua plenitude.

Hoje se fala muito em direito e se esquece do dever e, não custa recordar que, até no dicionário vem antes. Primeiro o dever depois o direito. Todos que nos acompanham percebem o cuidado que tenho tido com temas polêmicos, ou não politicamente corretos, ao buscar a abordagem de forma simples e racional, que busque a consciência e o apelo pelo debate de ideias e não de pessoas.

Este último episódio do avião da companhia alemã, vai ainda render tempo nos noticiários dos canais de TV, abertas e fechadas, matérias nos jornais, comentários nas mídias sociais, entre tantas, visando achar explicações para um ser humano tirar a vida de outros seres humanos. Não vamos aqui entrar nas minúcias, mas a paixão e o entendimento pela vida precisam ser retomados em seu todo, nos seus componentes racionais, emocionais, espirituais. Sou um otimista, mas ando perdendo as esperanças. Tenho tentado renovar minhas expectativas, mas não consigo encontrar as bases para este novo ciclo virtuoso necessário à sobrevivência do ser humano.

Usei o caso do avião para evitar debruçar sobre as mazelas locais e regionais, sejam econômicas, financeiras, políticas, classistas, educacionais..., pois é isto, estamos perdendo nossas mínimas raízes da civilidade humana. Prometo aproveitar a pausa da Semana Santa para recarregar crenças e confianças, quem sabe o renascer do Cristo coloque paz nos nossos corações e luz na nossa racionalidade. Precisamos parar de viver de APARÊNCIAS e agirmos com firmeza e HUMANIDADE.

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