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Exemplos perdidos

De qualquer lugar na cidade de Atenas você verá no alto o majestoso Parthenon

Ilcéa Borba Marquez
ilcea@terra.com.br
Publicado em 24/06/2015 às 20:21Atualizado em 16/12/2022 às 23:36
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De qualquer lugar na cidade de Atenas você verá no alto o majestoso Parthenon. Construído na Acrópole, uma montanha que se ergue no centro de Atenas, durante o governo de Péricles, ele oferece uma visão arrebatadora. Não tem como não se encantar com a imagem daquela relíquia grega, principalmente à noite, quando iluminada, se destacando na condição de figura contra o cenário escuro noturno. O objetivo de Péricles foi totalmente atingid ele queria que frente a ele todos reconhecessem, de um só golpe, a superioridade grega nos seus valores filosóficos, sociais e políticos – a razão em seu estado puro tendo a planície a seus pés. O templo, que também era uma fortaleza, abrigava uma imensa escultura de 9 metros em mármore, ouro e marfim da deusa Athenas, frente à qual qualquer homem não atingia em altura os seus pés. Neste momento nos submetemos à cultura grega e assimilamos seus ensinamentos não sem antes desejar intensamente que seu exemplo fosse seguido por todos aqueles que se arvoram governadores, presidentes ou dirigentes de uma nação.

Mas, aqui, os caminhos percorridos por nossa liderança política são outros: adeptos do consumo voraz desejam apenas sugar, gulosamente, tudo que temos de melhor sem deixar na saída uma contribuição social ou cultural da qual possamos nos orgulhar sempre. Os exemplos são tantos que podemos escolher apenas um deles para uma reflexão aprofundada – a questão da meritocracia destruída em função de outros objetivos não meritórios. A vida escolar sempre foi pautada pelo mérito – tudo aquilo que merece prêmio, louvável ou louvor, no entanto, aparentemente contrários a tudo que traga em si uma possibilidade de diferenciação e numa tentativa de nivelar e igualar a todo o custo, mesmo que seja borrando as características individuais e os próprios indivíduos nas suas diferenças identificáveis e identificantes, as escolas são orientadas (obrigadas) à “promoção automática” – se um aluno demonstra um desconhecimento ou uma não compreensão de um certo tema ou não desenvolvimento de uma habilidade, o professor deve avaliar novamente e repetidamente até que finalmente uma determinada avaliação traga o resultado esperado. É claramente notório que o foco atual é a avaliação (feita pelo professor) e não a aprendizagem (mostrada pelo aluno), pois este ao invés de repetir o ensino repete a avaliação. Enquanto isso, no próprio mundo dos discentes os exemplos são outros e bastante conhecidos. Todos admiram o ídolo futebolístico Neymar cuja habilidade com a bola possibilitou-lhe carreira meteora e contratos de trabalho que aumentaram significativamente o valor de cada minuto da sua vida. Este é consequência do seu mérito e, certamente, ele se empenha em manter sua boa forma e seu nível de habilidade para continuar merecendo este prêmio. A vida reconhece e valoriza o indivíduo!

(*) Psicóloga e psicanalista ilceaborba@netsite.com.br

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