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Chegou um cara aqui!

Nove e quarenta e cinco da noite. Cheguei à recepção do hotel onde estava hospedado...

Fulvio Ferreira
Publicado em 28/06/2017 às 20:38Atualizado em 16/12/2022 às 12:23
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Nove e quarenta e cinco da noite. 

Cheguei à recepção do hotel onde estava hospedado e o funcionário estava falando ao telefone. Olhei para ele, ele me olhou e continuou conversando. Continuei olhando e nada de me atender.

Contados três minutos depois, o mancebo olhou novamente para mim e percebeu que eu continuava fitando-o, então disse: "Vou ter que desligar, chegou um cara aqui".

Confesso que na hora cheguei a me questionar, o que falta àquele rapaz? 

Educação, instrução ou treinamento?

Ou tudo?

Que tanto o assunto ele tinha de mais importante?

Será que era outro hóspede? 

Claro que não, o papo era claramente pessoal e envolvia balada de fim de semana.

O personagem desta história é um jovem, mas isso, infelizmente, ocorre com pessoas de todas as idades. Não raro nos deparamos com pessoas que trabalham em atendimento e isso por si só deveria ser avalizador de uma condição sine qua non daquela pessoa gostar de gente. Mas ocorre sempre o contrári o telefone, o computador ou o smartphone têm preferência ao cliente que está na sua frente; tudo errado, tudo invertido.

Situações anômalas ocorrem em todo tipo de estabelecimento, desde uma loja até um consultório, de um hotel ao atendimento num serviço público; e em todo porte de estabelecimento e em todo o país.

O moço do hotel, assim que desligou o telefone, me olhou com aquela cara de "então, cara, o que você quer?". E eu olhei para ele e escrevi na testa: "Mais respeito, pois esse cara aqui é quem paga o seu salário!".

(*) Empresário, palestrante e consultor em comércio varejista

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