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Sobreviventes

Ani e Iná
Publicado em 23/06/2021 às 19:30Atualizado em 18/12/2022 às 14:49
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O Brasil se emocionou com a chegada dos 80 anos do “rei” Roberto Carlos e do irmão camarada, Erasmo Carlos, o famoso “Tremendão”, e de Wanderléa, nossa querida “Ternurinha”, comemorando os seus 75 anos. Sobreviventes! 

Para chegar aos 80 anos, dizem os especialistas, é necessário praticar esportes, dormir bem, alimentação balanceada, evitar cigarros e bebidas alcoólicas, dois litros de água por dia e por aí vai...

“Eu Bebo Sim” é um samba no gênero Bossa Nova, lançado em 1973, que ficou célebre na voz de Elizeth Cardoso. “Eu bebo sim. Estou vivendo. Tem gente que não bebe está morrendo. Eu bebo sim.” Apesar do gingado e da bela voz, foi muito criticado por fazer menção ao álcool! 

Que nos perdoem os nutricionistas, mas sabemos de muitas pessoas que fumam, bebem, abusam do açúcar, sedentárias e chegam aos 80, com toda energia e disposição. DNA? O Criador? 

Somos de uma geração que fez tudo “errado” e deu certo. Comíamos carne na banha, doces de todas as espécies, figo, mamão, doce de leite, laranja, goiabada, doce de mamão ralado, delícias e mais delícias. Nossos avós nos acompanhavam naquele “desaforo” da culinária. Sem proibições. Tudo era permitido. É certo que eram feitos em casa, talvez por isso nunca se queixaram de pressão arterial elevada, diabetes, doenças que hoje fazem parte do cotidiano. 

Andávamos de bicicleta sem capacete, aqueles meninos nos seus rolimãs, subíamos nas grimpas das árvores e o que acontecia eram pequenos arranhões. Quantos perrengues passamos! Sobrevivemos.

Aos 11 anos fomos conhecer Brasília. Estávamos em um restaurante na beira da estrada, era tarde fria e mamãe pediu que pegássemos nossos agasalhos, que estavam dentro do carro, do outro lado da rodovia. No meio do asfalto surgiu um carro em alta velocidade e nós, de mãos dadas, demos um pulo para trás. O veículo passou como uma bala na nossa frente. Nossas almas são conectadas uma à outra. Podemos nos comunicar telepaticamente. Sabemos que é difícil de acreditar, mas foi a sintonia do Criador, em comunhão com nosso “Anjo da Guarda”, que nos puxou para trás. Sobrevivemos. 

Outra vez, aos 13 anos, estávamos as duas brincando no mar, em Santos; atletas que somos, nos distanciamos da praia e quando vimos estávamos em pleno oceano. Não entramos em pânico, as ondas vinham e nos levavam para longe da areia. Por mais que nadássemos para as margens, novamente éramos tragadas para as profundezas! A lição dessa história foi que a luz do Criador novamente agiu a nosso favor e algo nos inspirou. Quando as ondas chegavam, íamos por baixo e nadávamos. Assim retornamos exaustas e muito assustadas. Existe um lado saudável para o medo da morte: ela nos faz dar valor à vida e querer viver o máximo. Foi nosso Anjo protetor que nos socorreu do mar traidor e nos guiou para a vida. Sobrevivemos.

Todos nós já tivemos momentos em que vivemos um fato inexplicável ou chegamos bem perto de perder a vida e sobrevivemos: uma depressão, o Aedes aegypti (dengue), a Covid-19, um acidente doméstico, um desastre, uma enfermidade.  

Queremos ser avós, bisavós e viver o máximo que pudermos. Somos os sobreviventes de uma época incerta sobre o futuro. O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus. Devemos nos concentrar mais no que nos une: nossa alma. A faísca do Criador dentro de cada um de nós. Somos sobreviventes.

Dois beijos...

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