ARTICULISTAS

Ao suor frio dos lavouristas

Está em todos os jornais, escritos ou televisados: os bancos Itaú e Unibanco tornam-se sócios e, com isso, é agora a maior instituição bancária do país – deixam para trás o próprio Banco do Brasil.

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 17/12/2022 às 03:57
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Está em todos os jornais, escritos ou televisados: os bancos Itaú e Unibanco tornam-se sócios e, com isso, é agora a maior instituição bancária do país – deixam para trás o próprio Banco do Brasil. E daí? Vai me perguntar o amável leitor. Eu escrevo é de passarinhos, de amores e saudades, de saúde e enfermidades, porque falar de bancos e suas maldades?

Bem, meu amigo, eu não resisti ao abraço festivo dos presidentes e nossos maiores banqueiros, até na TV da minha casa. Finados mostram o túmulo florido de Eloá, e o mundo financeiro pede socorro de seus governos, pregam a crise e agonia da economia mundial. Curiosamente, os governos todos acodem, emprestam bilhões de dólares dos seus tesouros nacionais e reservas. É por aí que eu me confesso ignorante e inocente deste mundo financeiro.

Meu pensamento, nascido e criado na beira do rio do Peixe e na lagoa da Emendada é por demais simples e simplório. Bancos, na minha visão, recebem dinheiro e depósitos de quem não guarda em casa suas economias ou ganhos. Trabalham assim com o nosso dinheiro, que usam e aplicam emprestando ou aplicando a juros muito maiores que de seus depositários. A diferença entre o que ganham e o que gastam está naquela fotografia de sorrisos e abraços do Itaú-Unibanco. Não considero isto uma injustiça, afinal o lucro é obrigatório para sobrevivência e crescimento de qualquer instituição.

Enfim, é bíblico dizer que vamos ganhar a vida com o suor do nosso rosto, ou mesmo com o suor das axilas em coletes e paletós apertados. Tudo bem até aí. Agora, o que revolta a minha inocência são os bilhões dos governos (o nosso Lula também) liberados para “socorrer” prejuízos da tal crise universal. Num raciocínio simples e prático, que todos os nossos produtores rurais conhecem, quem se incomoda ou vai socorrer-nos nos prejuízos? Um simples, só para exempl no ano passado plantei uma merreca de milho, adubo a 700 reais, vendendo a safra a 21 reais a saca. Hoje este adubo está a 1.600, e o milho a 19 reais. Há um universo de produtores inadimplentes e devedores, o Banco do Brasil sabe... mas, será que o Governo sabe ou interessa?

E, encerrando este triste espaço, onde estão os nossos defensores ruralistas, desde o vereador até nossos deputados estaduais e federais, a tal bancada ruralista que cuidou bem da sua re-eleição e agora já se preocupa com a próxima... Olha, gente, e nossas associações e entidades, sindicatos, federações, a nossa própria e ufana ABCZ? Bem, com a graça de Deus meu espaço termina aqui, não vou mandar graxa em todos os responsáveis ou alienados que nos comandam. A idéia é para que Todos pensem, porque governo e bancos não vão socorrer-nos com seus bilhões – vão apenas aumentar juros, que nestas horas já são impuros...

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